GENÉTICA
NOS AGAPORNIS
1
A
genética é uma ciência que estuda a transmissão de determinadas
características ao longo das gerações. No caso da avicultura é
especialmente importante retermos alguns conhecimentos simples sobre
as suas leis básicas de modo a conseguirmos bons cruzamentos.
Por certo que já várias
vezes se juntaram duas aves na esperança de que produzissem crias da
cor de um dos pais e no final se obteve quase todas as cores
possíveis mesmo o queríamos.
Quando
se refer às cores é por acaso, pois pode-se fazê-lo em relação a
variados factores como o porte, tamanho, qualidades reprodutoras,
entre outros. A transmissão de certas características de pais para
filhos é regida por leis que são a base da genética e devemos
conhecer.
É
importante saber que alguns factores são também ambientais e nem
sempre é fácil dinstingui-los. Por exemplo uma ave que permaneça
no ninho por dois meses (como alguns psitacídeos) se não tiver uma
alimentação adequada particularmente em vitaminas e cálcio pode
ficar com problemas de pernas. Agora imaginemos que essa ave era um
macho com qualidades extraordinárias como uma nova cor de plumagem.
Muita gente acabaria (?!)por não o usar na reprodução, mas o facto
é que os problemas que ele mostra não são transmissíveis aos
filhos pois a sua causa foi ambiental e, com uma alimentação
correcta, quase de certeza que os seus descendentes não teriam
quaisquer problemas de pernas.
1
A
genética é uma ciência que estuda a transmissão de determinadas
características ao longo das gerações. No caso da avicultura é
especialmente importante retermos alguns conhecimentos simples sobre
as suas leis básicas de modo a conseguirmos bons cruzamentos.
Por certo que já várias
vezes se juntaram duas aves na esperança de que produzissem crias da
cor de um dos pais e no final se obteve quase todas as cores
possíveis mesmo o queríamos.
Quando
se refer às cores é por acaso, pois pode-se fazê-lo em relação a
variados factores como o porte, tamanho, qualidades reprodutoras,
entre outros. A transmissão de certas características de pais para
filhos é regida por leis que são a base da genética e devemos
conhecer.
É
importante saber que alguns factores são também ambientais e nem
sempre é fácil dinstingui-los. Por exemplo uma ave que permaneça
no ninho por dois meses (como alguns psitacídeos) se não tiver uma
alimentação adequada particularmente em vitaminas e cálcio pode
ficar com problemas de pernas. Agora imaginemos que essa ave era um
macho com qualidades extraordinárias como uma nova cor de plumagem.
Muita gente acabaria (?!)por não o usar na reprodução, mas o facto
é que os problemas que ele mostra não são transmissíveis aos
filhos pois a sua causa foi ambiental e, com uma alimentação
correcta, quase de certeza que os seus descendentes não teriam
quaisquer problemas de pernas.
Genótipo:
constituição
genética do indivíduo.
Fenótipo: Aparência
do indivíduo em parte como consequência do seu genótipo e
ambiente.
Loci (pl) Locus
(sing): Localização
específica de uma característica (alelo) num cromossoma. Um par de
alelos (gene) tem loci iguais cada um transportando um diferente
alelo podendo ou não ser afectados por esses outros alelos.
Gene: Unidade
de informação hereditária. É uma zona específica do DNA dos
indivíduos que contém codificada a informação para a síntese de
uma determinada proteína.
Alelo: cada
umas das formas alternativas de um gene, que pode ocupar o respectivo
locus e cujo número varia. A representação normal é feita por
meio de uma letra.
Cromossoma: Unidade
do genótipo que contém um grande número de genes.O número de
cromossomas é específico para cada espécie.
Autossómico: As
características herdadas são regidas pelos genes localizados em
cromossomas não determinantes do sexo.
Factores ligados ao
sexo ("Sex-linked"): Características
herdadas através dos cromossomas sexuais. No caso das aves os machos
possuem um par de cromossomas Z e as fêmeas um cromossoma Z e um
cromossoma W. Considera-se que estas características estão baseadas
no cromossoma masculino Z, podendo ser herdadas numa só cópia pelas
fêmeas e em uma ou duas pelos machos.
Homozigóticos: a
presença de dois alelos semelhantes no loci correspondente do mesmo
gene. Aplica-se a genes autossómicos mas também pode ser aplicado a
características ligadas ao sexo nos machos.
Heterozigótico:a
presença de dois alelos diferentes nos loci do mesmo gene. Aplica-se
a genes autossómicos mas também pode ser aplicado a características
ligadas ao sexo nos machos.
Recessivo:
carcaterísticas
expressas no fenótipo só quando existem dois alelos para essa
característica nos loci do mesmo gene, caso contrário o efeito
desse alelo não é visível, excepto no caso das fêmeas com
mutações ligadas ao sexo.
Dominante:
caraterísticas
que são expressas no fenótipo mesmo quando só está presente um
alelo. Quando combinadas com um outro alelo recessivo dominam-no.
Portador: indicado
"/": indivíduo
que embora não o demonstre no seu fenótipo transporta alelos
recessivos ou ligados ao sexo mas que estão escondidos por outro
gene, podendo mesmo assim ser transmitidos à descendência.
FS: Factor Simples.
Apenas
está presente um alelo para a característica. Usa-se para
diferenciar os indivíduos que, expressando um fenótipo dominante
não são puros e transportam outros alelos recessivos.
FD: Factor Duplo.
Estão
presentes dois alelos para a característica. Apenas faz sentido
quando usado para indentificar indivíduos dominantes puros, i.e.,
com dois alelos dominantes.
Selecção
Entende-se
por selecção a escolha não
aleatória
dos
reprodutores de modo a que estes transmitam determinadas
características às gerações seguintes. Desde sempre que o homem
faz selecção artificial de várias coisas, cruzando animais com
força a outros com grande tamanho, plantas de frutos grande com
outras que produzem mais frutos, mas de menores dimensões ou melhor
qualidade.
Também
nas aves se vêem seleccionando à já vários séculos
características específicas. Na Idade média faziam-se concursos de
tentilhões para ver qual cantava melhor vencendo os seus rivais. Foi
assim que se chegou a criar novas espécies como o bengalim do japão
ou todas as variedades de canário a partir da ave selvagem.
Para
seleccionarmos temos antes de mais que assegurar que aquele casal
apenas acasala entre si, pelo que convém separá-lo de outros da
mesma espécies e de espécies intercruzáveis. Tem de ser referido
um factor que muitas vezes é esquecido por quem começa e por quem
já sabe do ofício e leva a desilusões frequentes. Quando se fala
de selecção esta apenas faz sentido numa linha e raramente em
indivíduos isolados. Ou melhor a selecção individual dos
indivíduos deve ter em vista a melhoria de uma linha, semelhante ou
não. Não podemos esperar que num único cruzamento se melhore a
qualidade das aves isso sucede ao longo das gerações conforme vamos
mantendo os melhores exemplares e reproduzindo com eles. É errado
pensar que comprando uma ave muito boa se pode fazer milagres, muitas
vezes é desperdiçar de tempo e dinheiro, é rpeciso aprender o que
se precisa, o que se tem e o que se quer melhorar nas gerações
futuras.
Depois
temos de saber o que queremos produzir e como esse factor é
transmitido geneticamente. O modo empírico e mais usual é usar aves
que mostrem aquela caraterística específica e cruzá-las entres si,
para depois esperar que os filhos demonstrem ainda mais aquele
factor, mas nem sempre isto funciona, é mais adequado para trabalhar
e melhorar mutações já establecidas.
Factores
ligados ao Sexo
Existem
diversas mutações em muitas espécies que são controladas e
transmitidas por este mecanismo genético, pelo que é importante que
se compreenda o seu funcionamento.
Por definição, e no
caso das aves, os factores ligados ao sexo estão no cromossoma
sexual masculino Z. Isto é muito importante porque enquanto os
outros factores nos cromossomas autossómicos são transportados em
pares em todos os indivíduos de ambos os sexos, neste caso os machos
transportam dois cromosomas Z e as fêmeas apenas um. Esta situação
é o inverso do que sucede com os mamíferos onde é o sexo masculino
que têm uma situação de herozigotia sexual com um cromossomas X e
um Y, enquanto as fêmeas são XX.
Por exemplo uma fêmea
Gould amarela tem um único gene co-dominante para costas amarelas e
contudo tem costas totalmente amarelas e nunca diluídas (como no
caso das machos onde o amarelo perde intensidade em heterozigóticos).
Quando da fertilização
os óvulos produzidos pela fêmea transportam ou um cromossoma Z ou W
ao qual sevai juntar um cromossoma Z proveniente do macho reformando
o par ZZ ou ZW conforme a combinação. Assim todos os genes que a
mãe tiver no seu cromossoma Z são passados aos filhos macho (pois
recebem um cromossoma Z da mãe), enquanto que os filhos fêmea
recebem o cromossoma W ao qual se junta um dos Z do macho. É por
isso que com mutações ligadas ao sexo os machos podem produzir
descendência com essa mutação (sempre fêmeas) mas para se
produzirem machos também de mutação temos sempre de ter uma fêmea
já mutada e um macho no mínimo portador (em que apenas existe o
gene mutado num dos dois cromossomas Z).
Linhas
puras
Uma linha pura é aquela
em que todos os indivíduos têm uma constituição genética
idêntica e originam descendentes idênticos, sendo o resultado do
cruzamento previsível.
Arranjar linhas puras é
complicado e envolve muito tempo de trabalho, em especial com
espécies que se reproduzem pouco e atingem a maturidade sexual muito
tarde. Assim, na minha opinião por vezes vale a pena pagar mais por
uma ave e adquiri-la a um criador que nos pode dar algumas garantias
e informações sobre os seus antepassados. Isso não invalida o que
eu disse anteriormente sobre aves de grande potencial não fazerem
por si uma linha. O maior erro de muita gente com efectivos de
qualidade média è pensar que pode comprar uma ave muito boa
(geralmente pensa-se sempre no tamanho...) e melhorar todo o efectivo
a partir dela, o que leva em pouco tempo a efeitos contrários de
consaguinidade.
Para obtermos uma linha
pura NUNCA podemos trabalhar apenas com uma ou duas aves, nem mesmo
com um só casal. Se dispusermos de pelo menos dois casais de origens
distintas, mas com as mesmas características que queremos
seleccionar, podemos intercruzar os filhos e eliminar todos aqueles
que não se enquadrem no pretendido. Desse novo cruzamento devemos
obter alguns exemplares puros que depois vamos usar em combinações
ou cruzamentos com outras aves para fixar a característica.
Mesmo assim o mínimo
para fixar uma linhagem são 3 casais distintos, de preferência 4 ou
5. Só assim podemos garantir que existe suficiente variebilidade
genética dentro do efectivo para assegurar uma melhoria nas gerações
futuras. A variabilidade genética é a base de TODA a evolução,
perseguir linhas uniformes é utópico pois acaba por invalidar
avanços futuros. Só podemos escolher os melhores em gerações
sucessivas se houver alguns melhores que outros!! E sobretudo
melhores que os pais o que se consegue juntando os pontos fortes dos
reprodutores.
Consanguinidade
Este é outro dos pontos
em que muitas vezes se erra. Não existe qualquer problema em cruzar
irmãos com irmãos ou filhos com pais desde que se saiba como
fazê-lo. Na realidade este é o método mais rápido e eficaz de
fixar uma característica porque a base genética é semelhante.
Quando se faz isto tem
de se partir de um casal não relacionado, isto é os pais nunca
poderão ser da mesma linha. O melhor portanto é tentar adquiri-los
em sítios diferentes. Dito isto, a descendência que esse casal
produz pode ser cruzada entre si escolhendo os melhores exemplares
(tamanho, porte, cor). Desse cruzamento escolhemos de novo os
melhores mas agora para cruzar com uma ave semelhante de outra linha
que não a dos pais ou irmãos. Podemos por exemplo usar uma fêmea e
adquirir um outro macho. Deste modo quebramos imediatamente a
depressão por consaguinidade nos descendentes do terceiro
cruzamento. Tambén já tive uma situação em que depois de procurar
por uma determinada ave que queria não fosse relacionada com as que
já tinha, depois de finalmente a encontrar (bem longe de casa)
regressei e fiquei muito surpreendido ao ver que o número de criador
de ambas era o mesmo...
A consanguinidade
resulta do acumular de genes com efeitos negativos, diminuindo o
tamanho e vigor das aves. Quando se começa a partir de boas linhas
reprodutoras que estão "isentas" de genes desfavoráveis é
aceitável a consaguinidade e perdermos nuns pontos para obter uma
ave com uma boa característica específica a partir da qual vamos
establecer cruzamentos para recuperar o que foi perdido, geralmente
tamanho e fertilidade.
Esquemas
de cruzamentos
O
cruzamento a seguir vai depender do tipo de mecanismo genético da
característica a trabalhar.
Caracteres
recessivos
Para
os caracteres controlados por um mecanismo autossómico recessivo
temos de produzir reprodutores que sejam ou homozigóticos recessivos
ou, no mínimo, portadores desse alelo recessivo. Só assim
conseguiremos obter descendentes que manifestem essa característica.
Partindo
de um único macho devemos primeiro produzir uma geração de
portadores o que se consegue cruzando o macho recessivo com uma fêmea
pura dominante para esse alelo (ou vice-versa). Todos os filhos serão
fenotipicamente idênticos à mãe mas portadores do alelo recessivo.
Aqui devemos escolher dois filhos e cruzá-los de modo a obtermos 25%
de descendentes que são recessivos tal como o primeiro macho. Esses
vão ser acasalados com outras fêmeas de uma outra linha que não a
da sua mãe de modo a fazer duas linhas distintas de portadores.
Deste modo conseguimos obter duas linhas com apenas 25% de
consaguinidade e que podem ser cruzadas entre si sem grandes
problemas.
Os
cruzamentos entre dois portadores não são recomendáveis porque
nunca poderemos saber quais os filhos portadores e os não portadores
pois estes são fenotipicamente iguais, daí que quando se pretenda
evitar o cruzamento de dois recessivos devamos usar sempre ou um
recessivo e um dominante (obtendo todos os descendentes portadores)
ou então um recessivo e um portador (obtendo 50% recessivos e 50%
portadores). Em alguns casos não há alternativa senão cruzar
portadores mas, em especial para quem tem poucos intresses de
selecção fiquem conscientes que isso é "espalhar genética"
que pode muito bem ir parar às mãos de alguém que não trate de
aproveitar uma característica rara por não saber que ela existe
naquela ave...
Caracteres
Dominantes
A dominância é um pau
de dois bicos. É fácil de trabalhar porque produz sempre o que
queremos mas temos de ter cuidado com o que escondemos, não devemos
cruzar dominantes com aves portadoras de caracteres recessivos raros
ou não pois nunca iremos saber quais os filhos portadores.
Alguns
factores dominantes não devem ser criados em factor duplo (os
Gloster de poupa). De qualquer modo um dominante FS produz 50% de
descendentes dominantes, o que até é bom porque um gene dominante é
tão fácil de reproduzir que pode passar de raro a excessivo num
efectivo em apenas 2 ou 3 gerações! Este é outro problema quando
se trabalha em selecção, muitas vezes, para mais se trabalhamos com
portadores e combinações, acabamos por ocupar muito espaço muito
depressa. Com os dominantes é ainda mais grave porque basta ficarmos
com uma cria para que metade dos seus descendentes sejam também
dominantes, raramente se refuga os pais e assim é preciso uma nova
gaiola, um novo casal, uma nova cria que sai bastante boa e acaba por
ficar e assim em diante...
Caracteres
recessivos ligados ao sexo
São
mais fáceis de trabalhar apenas por serem ligados ao sexo. Assim
basta pensarmos numa coisa, os machos vão sempre produzir fêmeas
recessivas e machos portadores independentemente da fêmea com que
sejam acasalados. Por seu lado as fêmeas vão produzir todos os
machos portadores. Para obtermos machos recessivos precisamos de que
a fêmea seja recessiva e o macho, no mínimo portador, o que até é
preferível em relação ao acasalamento de dois recessivos neste
caso.
OBS. Não sei qual a fonte que copiei estas informações.
2 comentários:
Mt bem Pedro é assim mesmo
Parabéns!! Ótimo site!!!
Blog muito bom! Super recomendo.
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