PRIMEIROS
SOCORROS
Abaixo, problemas
comuns e soluções caseiras para eles. No entanto, como será fácil
notar, muitos casos recomendam ajuda veterinária, principalmente
quando há qualquer sinal de doença.
1) Aumento
no consumo de água
Água é essencial
para qualquer ser vivo. As aves a absorvem das frutas, vegetais e da
água que bebem. Um canário morre em um dia sem água. As
calopsitas, em razão de seu habitat em terras secas da Austrália,
conseguem ficar um pouco mais sem água, mas não é bom testar isso.
As calopsitas bebem ao redor de uma colher de chá por dia. Mantenha
sempre água limpa e fresca, todos os dias.
Estresse, tempo
quente, aumento de atividade ou exercício físico, diarréia e
certos medicamentos (como antibióticos) podem fazer com que sua ave
beba mais água. Elas também bebem mais água quando estão
alimentando filhotes. Mas um consumo excessivo de água pode indicar
doenças graves, como diabetes, doenças do fígado e rim, infecções
urinárias ou peritonite.
Se sua ave parece
saudável, apesar de beber mais água, não se preocupe. Mas se há
algum sinal de doença ou se você está realmente preocupado com a
quantidade de água consumida, procure um veterinário.
As aves transpiram ao
ofegar, causando perda de calor e água. Assim, se a ave está em um
ambiente quente ou com incidência solar direta, isso acarretara
aumento no consumo de água, em razão da perda excessiva.
2) Perda
de apetite
Mudanças no apetite
podem ser resultantes de stress (causado por mudanças, como novos
barulhos, nova gaiola, novos membros na família, nova comida) ou
ambientes quentes. Se sua ave não se alimenta bem um dia ou outro,
mas permanece alerta e ativa, isso não é motivo para preocupação.
No entanto, uma queda
no apetite pode ser um indicador de problemas. É importante lembrar
que as aves, principalmente as de menor porte, possuem um metabolismo
muito rápido, e por isso se alimentam com muita frequência, várias
vezes ao dia. Uma ave doente que não come direito não consegue
manter sua temperatura corporal, e então ela fica encorujada, para
manter-se aquecida.
Se sua ave se recusa
a comer por mais de dois ou três dias, talvez seja necessário
forçar a alimentação com papinhas de filhote, como se faz com
filhotes alimentados na mão. Se você conseguir alimentar sua ave
com uma colher entortada (como se faz para filhotes), preenchendo o
papo ao menos parcialmente, não há problemas. Mas se você não
consegue isso, é necessário usar sondas para injetar o alimento
direto no papo, mas isso requer material e ajuda profissional.
3) Aumento
no apetite
Aumento nos
exercícios, queda de temperatura, postura de ovos ou alimentação
de filhotes provocam nas aves um aumento da necessidade normal de
comida, especialmente calorias e proteínas. Nesses casos, não é
necessário se preocupar.
No entanto, um
aumento no apetite pode indicar diabetes (os sinais iniciais de
diabetes são aumento no consumo de alimento e água, perda de peso e
fezes mais líquidas), vermes, giardíase, problemas pancreáticos,
intestinais ou hepáticos. Em qualquer caso, se houver sinais de
doença, procure um veterinário.
4) Perda
de peso
As aves perdem peso
se elas queimam mais calorias do que ingerem, por excesso de
exercício, estresse, ou diminuição do apetite. O peso de uma
calopsita pode variar, e o que você acha ser baixo peso pode ser
normal.
As aves realmente
abaixo do peso são facilmente reconhecíveis, pois perdem gordura e
músculos na região peitoral, fazendo com que a quilha se torne
muito proeminente. Nesse caso, a perda de peso deve ter causas
médicas, como problemas no pâncreas, fígado e intestinos (nesses
casos, a comida não é absorvida corretamente), problemas renais,
diabetes, giardíase, vermes, coccidioise e mais uma lista imensa.
O que se pode fazer
caseiramente é observar se a ave não está gostando da alimentação,
ou se um alimento novo não foi bem aceito. Tente aumentar a
quantidade de comida, ou troque por algo que ela gosta mais.
5) Ganho
de peso / Obesidade
Um ave obesa
pode apresentar muitos problemas de saúde, incluindo dificuldade em
respirar, stress, diabetes, problemas cardíacos e hepáticos. As
causas da obesidade podem ser muitas, como ingestão de calorias em
excesso, falta de exercícios, hereditariedade, hipertireoidismo,
falta de lipase (enzima responsável pela queima de gorduras).
No entanto, muitos
problemas que ocorrem na região abdominal e peitoral podem ser
confundidos com obesidade. Entre estes, estão tumores benignos,
hérnia, ovo preso ou ascite (fluído no abdômen).
Se as hipóteses de
problemas de saúde e hormonais estiverem descartadas, o ideal é
submeter sua calopsita a uma dieta (redução mínima de 25%) e
aumento na atividade física.
6) Ferimentos
Por definição, uma
ave aleijada é aquela que não possui, ou não consegue usar, uma ou
as duas pernas. As causas mais comuns são: infecção, dor nos pés,
deslocamento, fratura, luxação, torção, queimadura, falta de
exercício, pressão do nervo ou vaso que irriga a perna, deficiência
nutricional, artrite, poleiros inapropriados, lesões nervosas.
Geralmente, quando as
causas não são nervosas, problemas nos membros são causados por
poleiros inadequados ou sujos. Poleiros muito pequenos promovem o
crescimento das unhas, e essas podem quebrar ou enroscar na perna,
causando dor e lesões, inclusive fraturas. Poleiros sujos, enrugados
ou molhados podem irritar o pé da ave; nesse caso, lave a região
irritada com água morna e passe alguma pomada tópica. Os poleiros
devem estar sempre secos e limpos e devem ser de vários tamanhos,
para que a ave exercite a musculatura do pé.
Em qualquer caso,
ainda mais se você achar que a causa é nervosa ou por lesão,
procure ajuda médica.
7)
Alergias
Muitos produtos podem
causar alergias em aves. Os sintomas mais comuns são flatulência,
inflamação da cloaca ou espirros frequentes. É muito importante
que você tente achar a causa: algum lençol ou cobertor que cobre a
gaiola, flores ou plantas, sprays, produtos de limpeza, alguma
comida, cigarro ou fumaças em geral são as causas mais comuns.
8)
Inchaços
Geralmente, inchaços
ou caroços que surgem nas aves são benignos, e causados por
traumas. Por exemplo, se sua ave voar de encontro a algum objeto e
bater com força, pode desenvolver um hematoma, que irá desaparecer
com o tempo.
Mas há várias
outras causas, como abscessos, cistos, gota/artrite, incrustações
no bico e olhos (geralmente causados por sarna), depósitos de
gordura sob a pele, e até tumores. Os abscessos são inchaços
quentes, doloridos, avermelhados e duros ao toque, causados por
deposição de pus (em decorrência de alguma infecção bacteriana)
e geralmente encontrados embaixo dos olhos, pés e bico. Se não
tratados, a infecção pode se espalhar por órgãos vitais, como
pulmões, coração, rins e cérebro, através da corrente sanguínea.
O ideal é procurar ajuda médica, para administração de
antibióticos.
9) Careca
A mutação lutino é
bem conhecida pelo seu defeito genético de gerar aves carecas
(algumas mais, outras menos). Mas a perda de penas na cabeça pode
ser também devido a outras aves agressivas; nesse caso, a
única solução é separar as aves.
Há uma doença
séria, denominada PBFD (do inglês psittacine beak and feather
disease syndrome) que promove crescimento anormal de penas
(deformadas, enroladas, comprimidas ou unidas) na cabeça e no corpo,
além de provocar queda no sistema imune, pneumonia, hepatite e
problemas gastro-intestinais.
10)
Regurgitação
A regurgitação nada
mais é do que a expulsão do conteúdo do papo. As causas mais
freqüentes para isso são comportamentos de corte e nidificação,
bloqueio do trato digestivo superior, aumento das glândulas
tireóides e infecções no papo, envenenamento por metais ou
produtos químicos. Mas algumas aves podem regurgitar para um
brinquedo, espelho ou para uma pessoa, na tentativa de alimentá-los.
Isso é uma profunda demonstração de carinho.
A regurgitação pode
ocorrer por um bloqueio no papo, ao engolirem algum objeto que
obstrua seu trato digestivo ou pelo consumo excessivo de areia (elas
geralmente ingerem pedregulhos para ajudar na digestão, quando estão
com alguma indisposição gastrointestinal). Nesse caso, algumas
gotas de óleo mineral e massagem no papo ajudam. Outra causa comum é
o aumento da tireóide, principalmente se a dieta for pobre em iodo.
11)
Diarreia
É um dos problemas
mais comuns nas aves, e podem ser um prenúncio de problemas graves.
Um excremento normal consiste em uma mistura de fezes (a parte verde
e firme) e urina (constituída da urina em si, liquida, e de uratos,
mais consistentes e brancos). A diarréia pode ser causada por
problemas no trato digestivo e órgãos associados (pâncreas e
fígado) ou urinário, por infecções bacterianas, psitacose,
giardíase, candidíase, mudanças na dieta (principalmente pela
ingestão de frutas), medicamentos e stress.
Se a diarreia for
isolada, e sua ave estiver alerta, sem mudanças no comportamento,
não se preocupe muito. Administre soro caseiro três vezes no dia,
para cortar a diarréia, ou dê 2 gotas de pepto-bismol, duas vezes
ao dia. Remova frutas e vegetais da dieta por um tempo. Mas se a
diarréia perdurar e sua ave apresentar qualquer outro sinal
estranho, procure um veterinário com urgência, pois pode ser alguma
doença em estado já avançado.
12)
Constipação
Não é um problema
comum nas aves. Pode ser causado por ingestão de pedrinhas,
objetos estranhos, dietas pobres, má higiene, pressão do reto (por
tumores), ovo preso, hérnia ou obstrução da cloaca. O que se pode
fazer é limpar a área da cloaca com água morna e sabão, passando
algum creme se a área estiver irritada, e ministrar leite de
magnésia (4 gotas no bico).
13)
Espirros e secreção nasal
Espirros podem ser
causados por irritações passageiras e alergias, mas também podem
ser sinais de problemas respiratórios. Nesse caso, podem ser
acompanhados de tosse (é possível ouvir clicks vindos da garganta)
e inflamação na garganta (mudanças na voz ou canto).
Quando as narinas
estão com alguma secreção, as penas acima das narinas ficam
amarronzadas. Esse problema pode ser causado por sementes ou algum
objeto que entrou nas narinas, irritação causada por aerossóis ou
infecções. Uma infecção respiratória tem como sinais secreção
nasal e ocular, penas eriçadas, letargia, arrepios e respiração
ruidosa ou com dificuldade. As causas mais comuns de infecções são
variações grandes de temperatura no ambiente. É proibido deixar
sua ave ao lado de aquecedores de ar ou ar-condicionado, ou ainda
deixá-la em locais com correntes de ar ou exposta a chuva.
Se o problema é
algum objeto nas narinas, tente retirá-lo cuidadosamente com cerdas
de escova ou cotonete.
14)
Respiração curta
A respiração rápida
e curta pode ser provocada por altas temperaturas; a ave respira de
modo ofegante para se refrigerar. Elas também têm esse
comportamento quando estão assustadas ou nervosas. Em todos estes
casos, basta deixá-la em um local ventilado ou deixá-la se acalmar
que sua respiração voltará ao normal.
Mas se sua ave
realmente está com dificuldades em inspirar e expirar, pode haver
alguma obstrução no peito, pulmão ou vias respiratórias. Por
exemplo, um aumento abdominal causado por tumor, peritonite (causada
por ovo preso) ou ascite podem impedir a expansão total da caixa
torácica. A dificuldade em respirar também pode ser causada por
infecções bacterianas ou por fungos e ácaros. Em todos esses
casos, o ideal é ter ajuda veterinária.
15)
Problemas no bico
Um bico para um
pássaro é imprescindível: é com ele que a ave come, bebe, se
defende, sente o mundo, e se movimenta. Um pássaro com bico
defeituoso é infeliz e bravo. Além disso, se o problema
impossibilitar que ele coma, ele pode morrer.
Há várias doenças
que podem afetar o bico, alterando a cor, provocando quebras,
crescimento anormal, deformações, lesões e tumores. Deficiências
nutricionais (proteínas em falta, falta de vitamina D3 e vitamina A
em excesso), infecções bacterianas, fungos, vírus e parasitas
também causam problemas. Problemas hepáticos podem causar
crescimento anormal do bico e hemorragias.
Traumas podem ocorrer
como resultado de perfuração, esmagamento, fraturas ou batidas.
Esses ferimentos devem ser limpos e tratados com antibióticos e
anti-fúngicos. Quando uma ave é jovem e fratura o bico superior, o
tratamento dá resultados satisfatórios. Você pode envolver o bico
com fita adesiva por 3 semanas, período em que ocorre a
cicatrização. Se ocorrem quebras mas essas não afetam a
alimentação, elas irão ser reparadas com o tempo, e intervenções
não são necessárias. Se uma lesão inviabiliza a alimentação,
deve-se recorrer a um veterinário (provavelmente, será necessária
suplementação alimentar via seringa).
16)
Problemas nos olhos
Os sintomas mais
frequentes indicativos de problemas nos olhos são piscadas
frequentes, olhos fechados, vermelhidão, inchaço e secreção.
Esses sintomas podem ser causados por infecções bacterianas, vírus,
fungos e ácaros, deficiência de vitamina A, irritações (causadas
por aerossóis, batidas ou briga com outra ave), psitacose, infecção
nos sinos nasais ou abscessos.
Se houver alguma
secreção, limpe com colírio oftalmológico, ácido bórico
oftalmológico ou soro fisiológico. Evite produtos que possam causar
irritação. Mantenha longe de luz intensa, que pode irritar mais
ainda.
17)
Auto-mutilação (arrancamento de penas)
Uma ave saudável
limpa constantemente suas penas, aplicando óleo (proveniente de uma
glândula interna) e removendo canutilhos que envolvem as penas
novas. O fato de arrancar penas pode ter muitas causas: doenças
internas, má-nutrição, problemas nervosos ou hormonais,
aborrecimento, infecção nos folículos das penas, parasitas, vírus
ou excesso de zelo da mãe ou companheiro ao limpar as penas dos
filhotes/companheiro.
Descobrir a causa
exata para esse problema é tarefa árdua. Se, após um checkup
médico completo, verificar-se que a causa não é médica, e sim
comportamental, você deve avaliar alguns aspectos, na tentativa de
inibir esse hábito nas aves.
- O 1º ponto a verificar é o local da gaiola. Esta deve estar em local sem muito trânsito, encostada a alguma parede, e sem outros animais que possam incomodar ao redor. Um pássaro super-estimulado não é capaz de relaxar. Para que ele tenha maior sensação de segurança, a gaiola não deve estar em frente a janelas, corredores ou no centro do ambiente.
- Outro ponto a se considerar é sono. As aves devem ter 10-12 horas de sono contínuo, em local quieto e escuro. Sem isso, elas ficam ansiosas e nervosas.
- Exercício é vital para a saúde de uma ave. Faça-a bater as asas, subir e descer escadas ou a gaiola, escalar poleiros e andar no chão.
- Banho também é muito importante, e aves com esse problema devem fazê-lo diariamente. É fato que aves não arrancam penas molhadas; mas só as mantenha úmidas se o ambiente for quente a ponto de permitir isso.. O hábito de arrancar e mastigar penas pode ser decorrência de pele seca, má-condição das penas ou maus hábitos de limpeza da ave, e esses fatores podem ser contornados com banhos diários, que irão estimular a ave a se limpar.
- Brinquedos também ajudam, uma vez que se seu pássaro estiver entretido com um, ele não estará arrancando as penas. Alguns brinquedos, inclusive, são ideais para esse problema, imitando a textura e aparência das penas.
- Poleiros inadequados, muito grandes ou muito pequenos, também geram insegurança na ave.
- Um último ponto a ser lembrado é não recompensar o ato de arrancar penas. Se a ave arranca uma pena e você responde de algum modo (não importa se o que você diz é positivo ou negativo), ela associará o hábito com chamar atenção, e isso só irá piorar o problema. O ideal é desviar a atenção para uma comida, brinquedo ou qualquer outra coisa. Você deve interagir com sua ave, mas nunca quando ele estiver se mutilando. Também é importante perceber em qual momento a ave mais arranca penas: de manha ou à noite, na sua ausência ou na sua presença, se fica nervoso perto de algo ou alguém.
18) Berros
As aves costumam vocalizar ao nascer do dia e ao anoitecer, para chamar a
atenção, para cumprimentar alguém, ou para demonstrar algum
sentimento, como descontentamento. Se os berros de sua ave incomodam,
tente mantê-la perto de você, ofereça atenção e brinquedos ou
alimento. Os psitacídeos em geral não gostam de isolamento.
17)
Agressão e bicadas
Bicar é um
comportamento natural no ambiente selvagem. Os pássaros usam o bico
para se alimentar, limpar, escalar, se defender, sobreviver, manter o
controle no bando. Quando um psitacídeo bica, é em resposta a três
comportamentos diferentes: medo, territorialismo ou por razões
sexuais.
É fácil identificar
um pássaro amedrontado: ele grita, silva, fica arrepiado, tenta se
esconder em algum canto da gaiola e fica com as penas eriçadas.
Geralmente, uma ave responde desse modo a mudanças no ambientes, a
movimentos repentinos, barulhos altos, portas batendo, crianças
berrando, trovões. Uma ave também pode bicar se perder a confiança
em você, achar que você representa perigo de alguma forma. Pássaros
capturados, importados ou mantidos em quarentena são extremamente
estressados, e geralmente apresentam problemas psicológicos, sendo
muito defensivos.
O territorialismo em
animais de estimação é expresso pela defesa da sua gaiola,
brinquedos e comida.se sua calopsita não quiser ter seu território
invadido, ela irá bicar. Ela pode considerar sua mão um predador em
potencial, e irá bicar dedos e mão.
Mudanças hormonais
também afetam o comportamento de sua calopsita. Chega uma fase em
que sua calopsita quer acasalar e se reproduzir; se isso não ocorre,
ela se sente frustrada e acaba bicando. Mas esse comportamento é
passageiro. Se, no entanto, sua ave escolher um humano como parceiro,
ela ficará possessiva, bicando qualquer um que chegue perto. O pior
ocorre quando sua calopsita escolhe você como parceiro e você não
corresponde; nesse caso, ela irá te bicar.
Mesmo sendo difícil,
há algumas coisas que podem ser feitas para diminuir ou parar com as
bicadas, uma vez identificada a causa. Em 1º: ignore o comportamento
negativo, mesmo que a bicada doa (e muito), e reforce o comportamento
desejável, com afagos e elogios. Se cada vez que a ave bicar você
responder de algum modo (berrar com a ave, retirar a mão bicada,
bater no bico, soprar a face ou empurrar a ave), isso só irá
reforçar o comportamento negativo. Em 2º, não permita que sua ave
empoleire acima de você; isso faz com que se sinta dominante;
permita apenas que ela se empoleire no nível do seu peito. Em 3º,
mantenha as asas cortadas: isso o faz se sentir mais dependente.
18)
Descoordenação
Abaixo, estão alguns
sinais que, se sua ave apresentar, deve ser levada ao veterinário
imediatamente. Geralmente há tratamento, mas que necessita de
acompanhamento.
- Cabeça inclinada: as causas mais comuns são traumas na cabeça (por exemplo, batidas durante o vôo), envenenamento por metal pesado (chumbo), infecções (no ouvido interno ou generalizadas) e tumores.
- Descoordenação: infecções, toxinas, tumores e deficiências vitamínicas fazem com que sua ave fique cambaleante.
- Fraqueza: se sua ave não consegue se manter no poleiro, pode ser sinal de infecção generalizada, nutrição deficiente (falta vitamina E ou selênio), fraturas, danos nervosos, artrite, falta de cálcio no sangue ou tumores.
- Paralisia das pernas: tumores abdominais, infecções, traumas, nutrição deficiente (falta vitamina E ou selênio), ovo preso ou danos nervosos.
- Convulsões: podem ser causadas por envenenamento, deficiência nutricional, epilepsia ou doença infecciosa.
19)
Sangramento
As três causas mais
comuns para sangramento são uma pena quebrada, uma unha arrancada ou
um bico fraturado, mas também podem ocorrer lesões na pele. No caso
de lesões epiteliais pequenas,
lave a área com peróxido de hidrogênio 3% e aplique pó
anti-hemorrágico (como amido de milho, farinha ou algum comprado na
farmácia). Se necessário, cubra o ferimento com gaze e segure firme
por 2 minutos. Se o corte for nos pés ou pernas, aplique pomada
antibiótica. Se o corte é no corpo, cubra com gaze ou band-aid. Em
todos casos, a área deve ser tratada com peróxido até que ocorra
cicatrização. No entanto, se forem lacerações ou lesões grandes
(maiores que 5 mm), a visita ao veterinário é necessária para
sutura.
Se, no entanto, o
sangramento é em decorrência de uma pena em crescimento (que possui
irrigação sanguínea) que quebrou ou foi cortada erroneamente, o
ideal é arrancar a pena. Só assim o folículo irá fechar e parar o
sangramento. Para arrancar, uma pessoa deve segurar com cuidado a
ave, enquanto uma outra arranca a pena na base, com uso de um alicate
pequeno (pinça não serve!). Em seguida, aplique algum pó
anti-hemorrágico com cotonete diretamente no folículo e pressione
com uma gaze, até parar o sangramento.
No caso de unhas e
bicos, aplicar pó anti-hemorrágico e pressione por 3 minutos.
20) Ovo
preso
Ovo preso é a
inabilidade de uma fêmea em expelir o ovo pela cloaca. As causas
mais comuns para esse problema são: fêmea muito jovem tentando
botar seu primeiro ovo, falta de cálcio na dieta, falta de vitaminas
e minerais, obesidade, disfunção do trato reprodutivo, excesso de
reprodução. As deficiências nutricionais podem fazer com que a ave
produza ovos com a camada externa menos dura e maior que o normal, ou
ovos de formatos anormais. A camada externa macia faz com que os
músculos do ovário e da cloaca não consigam empurrar o ovo
adiante. Além disso, os músculos dessa região também podem estar
fracos, por falta de uma dieta adequada, não conseguindo contrair de
modo eficaz e expelir o ovo.
Os sintomas de um
quadro de ovo preso são: pássaro sentado no chão da gaiola,
sentado sobre a cauda, com as pernas estendidas, rabo batendo direto,
distensão abdominal, esforço continuado, respiração difícil,
falta de fezes e penas eriçadas. O ovo preso também pode afetar os
nervos que controlam a musculatura da perna, impossibilitando que a
ave fique empoleirada. Em razão de esforço prolongado, a ave também
fica fraca, exausta e pode até entrar em choque.
O tratamento nesses
casos requer ajuda médica, que em primeiro irá recorrer a técnicas
não-cirúrgicas (como injeção de cálcio e hormônio diretamente
no fêmur, promovendo contração muscular) ou a retirada do ovo sem
necessidade de cirurgia.
É importante você
NUNCA tentar retirar ou quebrar o ovo, pois isso pode ser fatal. O
que você pode fazer de imediato é passar óleo mineral na cloaca e
colocar a ave em um local quente (90 F) e úmido (umidade 60%), como
por exemplo banheiro com chuveiro ligado. Isso ajuda os músculos a
relaxarem e empurrar o ovo. Mas, se isso não acontecer em meia hora,
corra para o veterinário.
21)
Envenenamento
Se a ave ingerir
ácidos, bases ou produtos à base de petróleo, faça-a beber leite
misturado com pepto-bismol, clara de ovo ou azeite. NÃO provoque
vômito. Se o envenenamento for por qualquer outro agente, provoque
vômito (misture água e mostarda e coloque diretamente na garganta).
22)
Queimaduras
Borrife com água
gelada duas vezes ao dia, passando alguma pomada ou pasta para assaduras. Se a queimadura for por gordura quente, passe farinha ou
amido de milho antes de enxaguar com água.
23) Choque
por calor
Borrife as penas com
água gelada e coloque os pés em água gelada. Coloque em um local
fresco e arejado. Mas tome cuidado para evitar que a ave se resfrie.
24)
“Pesadelos” noturnos
É comum que sua
ave se assuste à noite, com vultos se movendo, luzes ou
barulhos. Em resposta, elas começam a bater freneticamente as asas,
correndo serio risco de se magoar. Quando isso ocorrer, você deve
acalmá-la até que ela volte ao normal. Para evitar esses sustos nocturnos, o ideal é manter a gaiola coberta à noite.
25)
Desidratação
Pássaros
desidratados apresentam penas quebradiças, pés secos, bico fino nas
extremidades e pele vermelha. O tratamento deve ser feito com
Pedialite e alimentos mais aquosos (como pellets mergulhados em um
pouco de água).
26)
Pediatria (problemas comuns em filhotes)
Durante a fase de
filhotes, você deve se atentar a dois fatores: olhar por sinais de
doenças ou ver se a mãe não está negligenciando ou machucando o
filhote. Se um filhote ficar doente ou hipotérmico, a mãe
provavelmente o abandonará. Os pais também recusam comida quando
está muito quente ou frio, quando são inexperientes, quando há
muito barulho ou atividade ao redor do ninho. Nesses casos, será
necessário você mesmo alimentar os filhotes com papinha.
Outro problema comum
é a mãe depenar os filhotes. Geralmente isso não é problema, mas
se a situação for severa, separe a mãe, e deixe apenas o pai
cuidando dos filhotes.
Quando houver
filhotes, mantenha os comedouros dos pais com alimentos mais
palatáveis, como frutas, vegetais e ração para bebê. Se houver
pouca comida, os pais irão alimentar filhotes com o que eles
acharem: pedaços de poleiro, material do ninho,...
O único problema em
se alimentar filhotes na mão é quando você não tem noção de
como fazer isso. Há vários problemas que podem ocorrer se você não
tiver uma orientação prévia, geralmente causados por papinha fria
ou quente demais ou pela administração errônea da papa.
- Queimadura no papo: queimadura do papo e esófago em razão de papa muito quente. A pele fica vermelha, e, se for muito sério, podem formar-se bolhas e feridas. Se a ferida se abrir, cria-se um buraco, e o papo fica exposto. Se você perceber a queimadura a tempo, inunde o papo com água fria. Se você perceber, após alguns dias, o papo inchado e descolorado, aplique vitamina A e D e alimente em pequenas quantidades. Mas se a queimadura for séria, a ponto de criar bolhas ou feridas, corra para um veterinário. Para evitar erros, a papinha deve sempre estar entre 100-106 F. Evite também esquentar a papinha no microondas, pois o aquecimento nunca é homogêneo, podendo haver bolhas quentes no meio.
- Sour crop e Parada gastrointestinal (slow gut): ver item Sour Crop abaixo (itemC.12)
- Pneumonia por aspiração: pode ocorrer do filhote aspirar papinha, e essa ir para a traquéia e pulmões. Isso geralmente ocorre quando é dada papinha demais e o papo fica muito cheio, ou quando alguém tenta usar seringa para alimentar e o faz erroneamente. Quando há aspiração, a ave espirra, tosse, balança a cabeça e luta para respirar. Se ele ainda respirar, ele vai desenvolver pneumonia. A única solução, nesses casos, é veterinária.
Sem comentários:
Enviar um comentário